quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Danças Circulares


DANÇAS CIRCULARES



As Danças Circulares sempre estiveram presentes na história da humanidade nos nascimentos, casamentos, plantio, colheita, chegada das chuvas, primavera, morte - e refletiam a necessidade de comunhão, celebração e união entre as pessoas.

A Dança Circular se chama e se torna Sagrada pelo fato de permitir que os participantes entrem em contato com sua essência, com seu EU Superior, com a Centelha Divina que existe dentro de cada um de nós. No momento deste contato, temos a união do corpo com o espírito.

Qualquer pessoa, de qualquer idade, pode dançar em uma Roda. Não é preciso ter experiência anterior em dança, basta ter vontade, querer entrar em contato com a alegria e com a possibilidade da comunhão entre os seres humanos.

Dançando, nosso corpo se expressa através do movimento e aquieta a mente. A alegria brota naturalmente e o movimento simples e repetido aproxima as pessoas, promovendo uma integração física, mental, emocional e espiritual.

As Danças Circulares promovem uma rápida integração de grupos, reflexões sobre o trabalho em equipe, compreensão sobre conflitos, o despertar da criatividade, a integração dos hemisférios cerebrais, a ativação corporal, e uma conexão com seu Eu superior.

 
FOCALIZADORA: Denise Nagem


Celebrando o Feminino

Dia 14 de novembro de 2010 - Domingo
das 13:30 horas às 17:30 horas,

Espaço Alternativo Lena Luz
Avenida Vilamar 221 casa 1 - Itauna - Saquarema-
rua do DPO de Saquarema, em frente ao Lake's
telefone: (22) 2655-3963

Investimento: R$ 60,00
(Material incluído: apostila com a descrição das danças e Cd com as músicas)
Informações e inscrições até dia 7 de novembro.

denisenagem@gmail.com
Denise Nagem - (21)96544584

Arteterapeuta, Especialista em Arteterapia, Focalizadora de Danças Circulares, Artista Plástica, Arquiteta.
Docente dos Cursos de Formação e Pós-Graduação Lato Sensu em Arteterapia POMAR/ISEPE (Rio de Janeiro)
Docente do Curso de Formação em Arteterapia Espaço Livre Atelier (Niterói)
Diretora Acadêmica da AARJ

Arteterapia em Contos

Arteterapia em contos


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É uma proposta para quem gosta de ler, dialogar, criar e se transformar coletivamente. Uma proposta de dois arteterapeutas apaixonados pelo livro e pela leitura, que acreditam que as narrativas contidas nos livros podem ser utilizadas como um recurso precioso para se trabalhar as questões interiores e humanas, de forma terapêutica.

O método será ler alguns dos melhores contos da literatura universal e a partir deles trabalhar as nossas habilidades expressivas e criativas - às vezes adormecidas e bloqueadas - utilizando o viés arteterapêutico. O diálogo tem grande importância e se dará de forma verbal e não verbal, no intuito de que possamos trazer à luz da consciência conteúdos inconscientes.

Tomaremos como base a seleção dos cem melhores contos da literatura universal, feita pela revista “Bravo”. Usaremos essa seleção como referencial para nos guiar nesse universo dos contos.

O conto selecionado para o primeiro encontro, considerado o melhor pela revista, chama-se “A dama do cachorrinho”, de Anton Tchékhov.

O grupo será formado em outubro e esse primeiro encontro vai ocorrer no dia 27, às 20 horas, e é livre, um primeiro contato para conhecer o trabalho e tirar dúvidas.

Não hesite, entre em contato.

Alex Xavier (9899-1369)
Wilson Martins (8252-5436)

Local: SER
Rua Prof. Gabizo, 225  -  Tijuca (Referência: metrô Afonso Pena)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Concurso EcoFotográfico


Estão abertas as inscrições para  a primeira edição do Concurso EcoFotográfico, que terá como tema a “Árvore dá Vida”.

Sua realização é uma iniciativa do IBEV (Instituto Brasileiro de Eventos), em parceria com o projeto "Estratégias para a Conservação do Cerrado paulista - a partir da mobilização da sociedade civíl", da Vidágua e apoio da Secretaria de Cultura de Rio Claro e da ProVida Socioambiental.

Serão recebidas fotografias sobre este tema e que estejam relacionadas à sua conservação, respeito  e sustentabilidade. O concurso prevê prêmios especiais  para espécies do Cerrado paulista, também estando previstas menções honrosas.

Cada participante poderá concorrer com apenas três fotografias. O concurso é aberto a todas as pessoas,  profissionais e amadores, especialmente escolares e universitários. As fotografias vencedoras e as demais selecionadas participarão da exposição que acontecerá no dia 27 de novembro de 2010 no Centro Cultural Roberto Palmari, em Rio Claro, SP.
 
O período para envio das fotos  é de 28/09 a 12/11, no Centro Cultura de Rio Claro.

Ao final do concurso as imagens serão expostas no blog do concurso, facilitando a visitação de pessoas de quaisquer partes do mundo.

domingo, 24 de outubro de 2010

Cursos pré-vestibulares populares



Voltados especialmente a pessoas de baixa renda e egressas de escolas públicas, os cursinhos populares se espalharam pelo Brasil. Oriundos de iniciativas de centros acadêmicos e de grupos de professores
de universidades públicas, esses cursos permitem que vestibulandos que não teriam condições de pagar por um pré-vestibular convencional possam se preparar para os exames das grandes instituições.

Recentemente o Jornal O Globo lançou uma listagem destas instituições.Abaixo seguem algumas:

Curso Pré-Universitário Popular da UFF. Localizado em Niterói, Rio de Janeiro
.Tel.: (21) 2629-5604
www.uff.br/prepopul ar

Curso Motivação. Localizado no campus da UFF, em Niterói, Rio de Janeiro
.www.curso-motivaca .blogspot.com

Centro de Estudos da Maré. Praça dos Caetés 7, Morro do Timbau, Maré. (21) 2561-4965 e 2561-4604.

Educafro. Dona Marta. (21) 2510-2066 e 2509-3141.


Lima Barreto. Rua Mem de Sá, 39, Centro. (21) 2221-9313 e 3327-1740.

Curso de língua e cultura Tupi Guarani



Atualmente há aproximadamente 240 povos indígenas distribuídos em todo o território nacional, a maioria na Região Norte. São cerca de 180 línguas indígenas brasileiras. Neste universo, reconhece-se a existência de dois grandes troncos: o Tupi e o Macro Jê.
A proposta do curso é ensinar de forma simples e objetiva a cultura e a língua do tronco Tupi-Guarani, que tem o maior número de falantes indígenas do Brasil.

O curso será ministrado pelos instrutores:
- Urutu Guajajara (Graduado em Educação e com Mestrando em Linguística pela UFRJ/MN)
-Tchany Guajajara (Liderança Guajajara)
-Zahy Guajajara  (Estudante Guajajara)

Data: Sábados, das 14hs às 17hs
Local: Instituto Tamoios dos Povos Originários (antigo Museu do Índio)
Endereço: Rua Mata Machado, 126 (em frente ao portão 13 do Maracanã)
Contato:
guajajarama@hotmail.com   Tel. (21) 9504-7517
Apoio: CESAC (Centro de Etno-conhecimento Sócio-ambiental), Cauiré, Instituto Tamoios dos Povos Originários e Projeto Índios em Movimento.

Oficina Contação de Histórias - "Contar com o Coração"



"O Contador de Histórias tem que ter paixão pela palavra pronunciada e contar a história pelo prazer de dizer" (Celso Sisto)
 
A Associação dos Amigos da Biblioteca de Botafogo promove a oficinas de contação de histórias "Contar com o Coração", a ser ministrada pelas  "Alquimistas da Palavra", Sonia Sampaio e Deka Teubl, ambas professoras de Letras e contadoras de histórias

O programa está dividido em:

  - Narrativas Vivenciais: a memória afetiva e familiar
  - Atividades Lúdicas de Memorização, Improviso, Ritmo e Olhar
  - A importância do Ouvir Histórias
  - O Conto Popular
  - A Escolha das Histórias
  - Formação de Repertório
  - Produção Coletiva de Histórias
  - Contação de Histórias
  - Bibliografia
  - Entrega de Certificados

Local de realização: Biblioteca Popular de Botafogo "Machado de Assis" (RJ)
Endereço: Rua Faranii, 53 (próx. à Universidade Sta. Úrsula)
Data: 27 de outubro de 2010 (quarta-feira)
Horário: das 14:00 às 17:00 horas
Carga horária: 3 horas
Investimento: R$40,00 (com material didático)
Inscrição: até o dia: 25/10/2010

Para maiores informações e inscrições: Sonia Sampaio/e-mail:
Deka Teubl/e-mail: dekateubl@yahoo.com.br
Fone: (21) 3237-7237







Festival Visões Periféricas 2010



Está tudo junto e misturado no Festival Visões Periféricas 2010. O audiovisual, a educação e as novas tecnologias se mesclam para exibir, mais uma vez, um painel diversificado de expressões culturais das múltiplas periferias brasileiras. O Visões Periféricas foi o primeiro festival do Estado do Rio de Janeiro a dedicar-se exclusivamente a filmes produzidos em projetos de educação e audiovisual. A Mostra Visorama, que deu origem ao projeto, é reflexo desse pioneirismo. Em 2009, o festival se expandiu englobando um panorama de filmes feitos em projetos de países da região ibero-americana. Desde então, o evento vem mantendo o espírito pioneiro e a preocupação de acompanhar o desenvolvimento desses projetos, de seus realizadores e contextos sociais.

No meio do caminho fomos percebendo que as periferias brasileiras começavam a integrar de maneira forte ao seu cotidiano as diversas tecnologias de comunicação digital, como os celulares, ipods, câmeras fotográficas, internet. Embora a banda larga ainda não seja uma realidade na grande maioria dos lares brasileiros, a explosão de lan-houses permitiu a entrada de milhares de pessoas no mundo virtual. As redes sociais se multiplicaram em ordem geométrica tornando um hábito a produção audiovisual através de pequenos aparelhos móveis. É uma nova forma de fazer e exibir audiovisual. Muito mais acessível, democrática e com poder de renovar a linguagem. Desde 2009, o Visões Periféricas também se dedica a estimular essa produção através da mostra “Tudojuntoemisturado” que acontece exclusivamente no site do festival.

Essa explosão da comunicação aliada ao espírito libertário que está na origem da internet provocou toda uma onda de produções que tem no reaproveitamento de material disponível na web o seu principal eixo criativo. Não é novidade, na história do cinema, a reutilização de material produzido por terceiros, mas a internet radicalizou essa capacidade de espalhar, misturar e ressignificar criações de diversas origens. Antenados com esse movimento, a edição de 2010 realiza pela primeira vez no Brasil a mostra Imagens Remix, que para nós agrega às periferias do Visões Periféricas um sentido a mais de liberdade de pensamento e criação. É algo que está presente em larga escala em muitas das produções culturais de periferia, como é o caso do funk nas favelas cariocas e o tecnobrega nas periferias de Belém do Pará. Essa potência da mistura que a tecnologia traz tem tudo a ver com o Brasil, país notoriamente conhecido por abrigar uma diversidade de culturas que se misturam.

Tão importante quanto exibir filmes, o Visões Periféricas considera fundamental a criação de uma rede entre seus realizadores. Neste ano, o festival traz os diretores dos filmes para debaterem com o público. A mostra Fronteiras Imaginárias se firma nesta quarta edição como um espaço de encontro e troca entre realizadores das diversas realidades brasileiras e abre espaço para qualquer produtor independente mostrar a sua visão periférica.

Em 2010 assim como acontece todos os anos, o festival se espalha pela cidade em parceria com Circuito Cineclubista Ascine-RJ (Associação de Cineclubes do Rio de Janeiro), fazendo exibição em 11 pontos da cidade, além de Ipanema. As comunidades também não poderiam ficar de fora dessa mistura e por isso o festival também promove exibições no Cantagalo, Pavão-Pavãozinho, Ladeira dos Tabajaras, Morro dos Cabritos, Babilônia e Chapéu Mangueira.

O Visões Periféricas acredita que o poder da criação está na coragem de expressar aquilo que mais ninguém é capaz porque é intransferível. É o que nos faz seres únicos e insubstituíveis. Quando essa coragem resulta em uma obra de arte, esta torna-se capaz de atingir o coletivo, pois não há nada mais humano do que a própria singularidade. E esse poder da criação deve ser um direito de todos. Consideramos uma missão ampliar a possibilidade de criação e expressão, seja por qualquer linguagem. E é nessa perspectiva que pretendemos sempre contribuir para a quebra dos muros e a mistura de pessoas. Bem-vindos ao Visões Periféricas 2010!

Para conferir a programação completa, acesse: http://visoesperifericas.org.br/2010/index.html

Brasil defende compensação financeira por uso de recursos naturais na COP-10


 

Assim como ocorreu na 15ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas, em dezembro passado, na Dinamarca, a questão econômica tornou-se o centro das discussões na 10ª Conferência das Partes sobre Diversidade Biológica (COP-10), que ocorre em Nagoia, no Japão, até o dia 29. O estabelecimento de novas metas de preservação das espécies pode não seguir adiante devido a um impasse que coloca em confronto os países em desenvolvimento, donos de grandes reservas naturais e as nações ricas. O primeiro grupo, tendo o Brasil como líder, defende a adoção de compensações financeiras, pagas pelos países industrializados, devido ao uso da biodiversidade.
O governo brasileiro afirmou, na segunda-feira, que não poderia apoiar nenhum acordo no qual essa questão não fosse contemplada. Ontem, foi a vez de a União Europeia se posicionar radicalmente contra a proposta. Segundo organizações que acompanham as negociações, esse
impasse barrou o avanço dos debates.

O grupo de países liderados pelo Brasil exige que o chamado acesso e compartilhamento de benefícios pelo uso da biodiversidade, conhecidos pela sigla ABS, se torne um compromisso expresso no acordo que sairá de Nagoia. Nos dois primeiros dias de encontro, Canadá, Austrália e Nova Zelândia lideravam o grupo contrário à proposta. Depois dos discursos de
abertura do evento, no entanto, os três países adotaram posturas mais flexíveis. A mudança poderia possibilitar um acordo até a semana que vem, quando começam as discussões de alto nível, com a presença de ministros. No entanto, agora é a União Europeia que vem defendendo uma posição contrária à do Brasil.


Uma das tentativas de flexibilizar a posição dos países foi a divulgação de um relatório do Programa das Nações Unidas para a Biodiversidade, intitulado Economia dos Ecossistemas de Biodiversidade (TEEB, na sigla em inglês). O documento mostra que preservar o meio ambiente pode ser economicamente rentável. De acordo com o estudo, apresentado em Nagoia, é preciso que os tomadores de decisão levem em conta o quanto será gasto no futuro devido a problemas ambientais como a extinção de espécies e o aquecimento
global. Esta questão pode redefinir os atuais padrões econômicos e iniciar uma nova era na qual o valor dos serviços da natureza passa a ser visível e se torna uma parte crítica da tomada de decisões na política e nas empresários.

A coordenadora regional do Centro de Monitoramento da Conservação Mundial do Pnuma, Helena Pavese, concorda que o relatório pode ajudar na retomada do avanço nas discussões. Para ela, a visão econômica pode facilitar o entendimento entre as partes. Em um contexto pós-crise econômica, números concretos podem ajudar a sensibilizar as nações sobre a importância da preservação, diz ela.

Fonte:http://www.ecodebate.com.br/2010/10/22/compensacoes-financeiras-por-uso-de-recursos-%20naturais-%20podem-paralisar-%20cop-10-no-%20japao/ Acessado em 24/10/2010

Contação de Histórias para Bebês



Contar histórias para bebês pode ser um desafio! Para isto, a Universidade Estácio de Sá oferece duas oficinas que pretendem ensinar a magia da comunicação com esta linda faixa etária.

No primeiro módulo, ministrado no dia 30 de outubro de 2010, das 9 às 12h, será abordado a linguaguem do bebê, os projetos que dão certo, o bebê e a música (com criação de instrumento de sucata), materiais adequados e utilização e apresentação de sessão do projeto Rodinha de Histórias e discussão.

Já no segundo módulo, oferecido no dia 27 de novembro de 2010, das 9 às 12h, será ensinado como preparar o ouvinte e o ambiente para a contação de histórias; as bebetecas; os livros adequados; além  da manipulação do corpo do bebê, assim como a diferença de idade e de percepção entre as faixas etárias (para a escolha das histórias e atividades) e a apresentação de sessão do projeto Ciranda de Histórias e discussão

Fazendo os dois módulos, o valor das oficinas é de R$80,00.

As oficinas serão ministradas pela dinamizadora Giovana Olivieri. Para maiores informações e inscrições: 
giovanaolivieri@vivaedeixeviver.org.br/tel. 93824143

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Fundo para projetos em turismo sustentável

 

BID e parceiros procuram projetos de turismo sustentável para destinos costeiros e de água doce

Changemakers da Ashoka, National Geographic e BID lançam competição on-line

O Fundo Multilateral de Investimentos (FUMIN), membro do grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento, e dois parceiros estão à procura de propostas de turismo sustentável para destinos costeiros, de água doce e insulares que protejam o meio ambiente e fortaleçam o patrimônio cultural e a subsistência das populações locais.


O Changemakers da Ashoka, a National Geographic e o BID lançaram a competição on-line “Desafio de Geoturismo 2010: Destino das Águas – Envolver Comunidades e Proteger Mares, Lagos e Rios”. Organizações, indivíduos e empresas do mundo todo estão convidados a participar da competição. As propostas devem ser apresentadas até 1º de dezembro de 2010. Um grupo de especialistas selecionará entre 10 e 15 finalistas a partir da totalidade de inscrições enviadas ao desafio. Dentre esses finalistas, a comunidade on-line do Changemakers votará para escolher os três vencedores, que receberão um prêmio de 5 mil dólares cada.


O BID, através da Oportunidade 2010 do FUMIN, também proverá até 5 milhões de dólares em co-financiamento para propostas que apresentarem ideias inovadoras para a gestão sustentável por micro a médias empresas na região da América Latina e Caribe.
Os jurados são: Julia Marton-Lefève, Diretora Geral da World Conservation Union; Dra. Sylvia Earle, exploradora marinha e fundadora e Presidente da Deep Search Foundation e membro da Ashoka; e Yves Lesenfants, assessor técnico sênior da Fundação para Investimentos Multilaterais (FUMIN) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
O geoturismo é definido pela National Geographic como o turismo que mantém ou aprimora o caráter geográfico de um determinado lugar: sua natureza, cultura, estética e o bem estar de sua gente.




Sobre a National Geographic Society


A National Geographic Society é uma das maiores organizações sem fins lucrativos em ciência e educação. Fundada em 1888 para “aumentar e difundir o conhecimento geográfico”, a Society trabalha para inspirar pessoas a cuidar do planeta. Ela chega a mais de 325 milhões de pessoas no mundo todo a cada mês através de sua revista oficial, a National Geographic, e outras revistas; o canal de televisão National Geographic Channel; documentários televisivos; musicas; rádio; filmes; livros; DVDs; mapas; exposições; programas de publicações escolares; mídias interativas e merchandise. A National Geographic já financiou mais de 9.000 projetos em pesquisas científicas, projetos de conservação e preservação e apoio a programas educacionais de combate ao ‘analfabetismo’ em geografia.

Sobre o Fundo Multilateral de Investimentos

O Fundo Multilateral de Investimentos (FUMIN) é um fundo autônomo composto por 38 países e administrado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a principal fonte de recursos multilaterais para o desenvolvimento da América Latina e do Caribe. Desde 1993, o FUMIN concede doações, empréstimos e investimentos patrimoniais para projetos inovadores que promovam o crescimento econômico e a redução da pobreza através do desenvolvimento do setor privado, com prioridade a micro, pequenas e medias empresas. É o maior doador para o desenvolvimento da região com foco no setor privado, com uma extensa rede de mais de 650 parceiros executores locais.
Criado em 2004, o segmento de turismo sustentável do FUMIN é formado por um  grupo de 27 projetos em 19 países com o objetivo de aumentar a competitividade de micro, pequenas e médias empresas locais através da integração da sustentabilidade no setor de turismo.

Sobre o Changemakers da Ashoka

O Changemakers da Ashoka é uma comunidade de ação que conecta empreendedores sociais de todo o mundo para compartilharem ideias, inspirarem e se ajudarem mutuamente. Através de seus desafios on-line e processos abertos, o Changemakers criou um dos mais sólidos espaços no mundo para o lançamento, debate e financiamento e ideias com potencial para resolver os mais urgentes problemas sociais do mundo. O Changemakers baseia-se nas três décadas de história da Ashoka e na visão de um mundo onde todos são agentes de mudanças através da criação de um local onde as melhores ideias em inovação social possam ser compartilhadas, refinadas e financiadas.

eu-isso, eu-tu


















Considero uma árvore.

Posso vê-la como um quadro: coluna rija num choque de luz, ou mancha de verde chama contra o delicado azul prateado ao fundo.

Posso percebê-la como movimento: garras de veios fluentes, sugar de raízes, respirar de folhas, comércio incessante com a terra e com o ar – e o obscuro crescimento em si. Posso classificá-la numa espécie e estudá-la como um tipo em sua estrutura e modo de vida.


Posso subjugar sua real presença e forma tão rigorosamente que eu nela reconheça apenas a expressão da lei – de leis de acordo com as quais uma constante oposição de forças é continuamente ajustada, ou de outras de acordo com as quais as substâncias componentes se misturam e se separam.

Posso dissipá-la e perpetuá-la em número, em pura relação numérica. Em tudo isso permanece a árvore como meu objeto, ocupa espaço e tempo, e possui sua natureza e constituição. É possível, contudo, também acontecer, se eu for dotado de graça e vontade na mesma proporção, que ao considerar a árvore me veja envolvido numa relação. A árvore já não é mais Isso. Fui capturado pelo poder da exclusividade.





Para efetivá-lo não é necessário que eu renuncie a quaisquer das maneiras pelas quais considero a árvore. Nada há de que necessite desviar o olhar a fim de ver, nenhum conhecimento que tenha de esquecer. Ao contrário, tudo é imagem e movimento, espécie e tipo, lei e número, indivisivelmente unificado nesse evento.

Tudo o que pertence à árvore está nisso: sua forma e estrutura, suas cores e composição química, seu intercâmbio com os elementos e com as estrelas, estão todos presentes num todo único. A árvore não é uma fantasia, nem um jogo da minha imaginação, nem um valor dependente do meu humor; mas é corporificada em contraposição a mim e tem a ver comigo, como eu com ela – apenas de um modo diferente. Que nenhuma tentativa se faça para debilitar a força do significado da relação: a relação é mútua.





A árvore teria uma consciência, então, similar à nossa? Disso não tenho experiência. Mas você desejaria, por parecer ser capaz de fazê-lo consigo mesmo, uma vez mais desintegrar o que não pode ser desintegrado? Eu não encontro nem a alma nem a dríade da árvore, mas a árvore mesma.






(Martin Buber)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Arteterapia


 






O homem utiliza a arte desde o tempo das cavernas, mas, como base para uma terapia, vem sendo pesquisada e aplicada desde o século XIX.

Em 1876, o psiquiatra Max Simon analisou pinturas de pacientes e classificou-as de acordo com as patologias que eles apresentavam. Na mesma época, outros médicos europeus também se interessaram pelas expressões artísticas dos doentes, dentre eles, Morselli (1894), Júlio Dantas (1900) e Fusac (1900).

Entretanto, foi Mohr, em 1906, que fez um importante estudo comparando os trabalhos dos doentes mentais com os das pessoas saudáveis e dos grandes artistas e percebeu a manifestação de histórias de vida e de conflitos pessoais nestas criações. Tal estudo influenciou, mais tarde, o desenvolvimento de testes utilizados pela psicologia, como o Rorschach e TAT (Murray).

À luz da teoria psicanalítica nascente, no início do século XX Freud se interessou pela arte e postulou que o inconsciente se manifesta através de imagens, que transmitem significados mais diretamente do que as palavras. Observou que o artista pode simbolizar concretamente o inconsciente na produção artística, retratando conteúdos do psiquismo que, para ele, é uma forma de catarse.

Em 1910, Freud, estudando o quadro de Leonardo da Vinci, A Virgem e o Menino com Sant’ana, afirmou que o pintor havia representado questões relativas à infância e à própria personalidade. Em 1913, analisou a escultura Moisés, de Michelangelo, acreditando que o artista havia colocado cólera na expressão de Moisés, que poderia representar indignação em relação ao povo ou ao conturbado relacionamento que Michelangelo mantinha com o papa da época. Para Freud a obra de arte é sublimação de desejos sexuais, impulsos instintivos que não podem ser satisfeitos na realidade e são, portanto, desviados para a produção de algo aceito por esta sendo uma comunicação simbólica com função catártica. A transformação do impulso anti-social primitivo em um ato socialmente produtivo causa um pouco da gratificação que a realização do impulso original teria proporcionado. Ele observou que o inconsciente se manifesta através de imagens, transmitindo mais diretamente seus significados porque escapam mais facilmente da censura da mente do que as palavras.

Porém, foi Jung o primeiro a utilizar a expressão artística em consultório. Para ele, a simbolização do inconsciente individual e do coletivo ocorre na arte. Na década de 20, recorreu à linguagem expressiva como forma de tratamento e, para tanto, pedia aos clientes que fizessem desenhos livres, imagens de sentimentos, de sonhos, de situações conflituosas ou outras. Priorizava a expressão artística e a verbal como componentes de cura. Jung afirmou que a criatividade tem uma função psíquica natural, estruturante, e não é sublimação de instintos sexuais como acreditava Freud. Segundo Jung a energia psíquica não muda de objeto enquanto não se transforma. Postulou que todos possuem disposições inatas para a configuração de imagens e idéias análogas, às quais denominou de arquétipos que surgem nos sonhos e trabalhos artísticos, ajudando na compreensão do comportamento individual. A atividade plástica e a criatividade, para Jung, são funções psíquicas inatas que contribuem com a evolução da personalidade e com a estruturação do pensamento. O Homem e seus Símbolos, um importante livro escrito por esse teórico, demonstra como conteúdos psíquicos estão presentes nas obras de arte realizadas pelo ser humano.

Mas não foram apenas Freud e Jung que muito contribuíram para a fundamentação da Arteterapia, dois grandes psiquiatras brasileiros também o fizeram: Osório César e Nise da Silveira.

Osório César, em 1923, trabalhou com arte no hospital do Jugueri (Franco da Rocha – SP), sob a influência da psicanálise freudiana publicou “A arte primitiva nos alienados”. Em 1927 publica “Contribuição para o estudo do simbolismo místico nos alienados”, “Sobre dois casos de estereotipia gráfica com simbolismo sexual”. “A expressão artística nos alienados” é publicada em 1929.  Trocou experiências com Freud, fez vários estudos, mas, infelizmente, muitos se perderam.

Em 1946, Nise da Silveira, que trabalhava no Centro Psiquiátrico D. Pedro II procurando compreender as imagens produzidas pelos pacientes sob a ótica da teoria junguiana, fez um excelente estudo e deixou um grande legado para a Arteterapia. Trabalhos dos internos foram apresentados por ela em congresso de psicopatologia na Europa. Correspondeu-se com Jung. Em 1952, fundou o Museu de Imagens do Inconsciente e, em 1981, escreveu o livro Imagens do Inconsciente.

Muitos trabalhos foram realizados a partir de então segundo o pensamento freudiano e junguiano.

No entanto, a Arteterapia transcendeu os estudos psiquiátricos. Margaret Naumburg empregou-a em seu consultório, seguindo os princípios da psicanálise, denominou seu trabalho como “Arteterapia de orientação dinâmica”. Em 1968, ministra cursos de extensão em Arteterapia.

Em 1953, Hanna Yaka Kitkowska em Maryland, inicia um trabalho de arteterapia com grupos e famílias.

Já em 1958, Edith Kramer, que nasceu em Viena (1915) também aplicando a arteterapia seguindo a psicanálise freudiana, passou a dar mais importância ao processo do que ao produto final. Priorizando a observação do comportamento durante a execução sem a necessidade de verbalização, acredita que a ênfase no trabalho está na relação transferencial.

A lacaniana, Françoise Douto, em 1972, utiliza a arte como meio de comunicação com crianças. Através de gestos, mímica, desenho, escultura, etc., interage com crianças, até mesmo com as que não falam, procurando desta forma ajudar também no desenvolvimento motor, no raciocínio e no relacionamento afetivo.

Utilizando-se dos princípios da Gestalt – Terapia, Janie Rhyne descreve sua experiência e transformações de seus clientes com a aplicação de suas técnicas de fazer arte. Escreve o livro “The Gestal Art Experience” que relata a possibilidade de promover o contato, com os conflitos e reorganizar as próprias percepções através da arte.

Natalie Rogers, filha de Carl Rogers, em 1974 aplica os princípios da teoria centrada na pessoa junto ao trabalho expressivo; pintura, modelagem, expressão corporal, teatro, dança, música, poesia e mímica. Postula que a expressão deve ser verbalizada e compreendida pelo próprio cliente, e não interpretada pelo terapeuta. Denomina este trabalho de Conexão Criativa.

Outras teorias mais recentes vêm fundamentando a área, tais como a Gestalt de Perls, o Psicodrama de Moreno, as linhas humanista, sistêmica e transpessoal.







A arteterapia, que é o uso da arte como base de um processo terapêutico, propicia resultados em um breve espaço de tempo. Visa estimular o crescimento interior, abrir novos horizontes e ampliar a consciência do indivíduo sobre si e sobre sua existência. Utiliza a expressão simbólica, de forma espontânea, sem preocupar-se com a estética, através de modalidades expressivas como: pintura; modelagem; colagem; desenho; tecelagem; expressão corporal; sons; músicas; criação de personagens, dentre outras, mas utiliza fundamentalmente as artes plásticas e é isso que a identifica como uma disciplina diferenciada. Enquanto a Arte Educação ensina arte, a arteterapia possui a finalidade de propiciar mudanças psíquicas, assim como a expansão da consciência, a reconciliação de conflitos emocionais, o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal. A arteterapia tem também o objetivo de facilitar a resolução de conflitos interiores e o desenvolvimento da personalidade. Por ser bastante transformadora, pode ser praticada por crianças, adolescentes, adultos, idosos, por pessoas com necessidades especiais, enfermas ou saudáveis. Hoje, é exercida em ateliês e instituições com atendimentos individuais ou em grupos.

A Arteterapia, bem como a bibliografia específica da área, tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas. Já foram realizados vários congressos nacionais que reuniram arteterapeutas de muitos estados brasileiros, da Europa e EUA, onde é bastante difundida. Desde 1969 foi fundada no Estados Unidos, a American Art Therapy Association o que a caracteriza como profissão neste país e a define como:
A arteterapia baseia-se na crença de que o processo criativo envolvido na atividade artística é terapêutico e enriquecedor da qualidade de vida das pessoas. Arteterapia é o uso terapêutico da atividade artística no contexto de uma relação profissional por pessoas que experienciam doenças, traumas ou dificuldades na vida, assim como por pessoas que buscam desenvolvimento pessoal. Por meio do criar em arte e do refletir sobre os processos e trabalhos artísticos resultantes, pessoas podem ampliar o conhecimento de si e dos outros, aumentar sua auto estima, lidar melhor com sintomas, estresse e experiências traumáticas, desenvolver recursos físicos, cognitivos e emocionais e desfrutar do prazer vitalizador do fazer artístico.

Arteterapeutas são profissionais com treinamento tanto em arte como em terapia. Têm conhecimento sobre o potencial curativo da arte. Utilizam a arte em tratamentos, avaliações e pesquisas, oferecendo consultoria a profissionais de áreas afins. Arteterapeutas trabalham com pessoas de todas as idades, indivíduos, casais famílias, grupos e comunidades. Oferecem seus serviços individualmente e como parte de equipes profissionais, em contextos que incluem saúde mental, reabilitação, instituições médicas, legais, centros de recuperação, programas comunitários, escolas, instituições sociais, empresas, ateliês e prática privada (AATA, 2003 - www.arttherapy.org)

No Brasil, há várias associações de arteterapeutas, Associações de Arteterapia do Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Brasil Central, Rio Grande do Sul, Bahia e Sul do Brasil, além da União Brasileira de Associações de Arteterapia (UBAAT) cuja finalidade é reconhecer, normatizar e legalizar a profissão.

A Arteterapia, certamente, contribuirá cada vez mais para a qualidade de vida do homem do século XXI.
(Profª. Otília Rosângela Silva de Souza )

A fantástica "Tierra de Niños"


Partindo da premissa de que é durante a infância que se formam os valores de qualquer ser humano, a peruana Associação para a Infância e seu Ambiente (ANIA) coordena projetos com o propósito de desenvolver nesta faixa etária um sentimento de união e amor para com a natureza.

Um de seus projetos mais incisivos é o chamado "Tierra de Ninõs". Seu objetivo é desenvolver nas crianças conhecimentos, habilidades e valores que os permitam questionar a problemática ambiental à qual estamos inseridos, através da construção de laços de afeto e respeito ao mundo natural.

Como metodologia, são definidos espaços, com no mínimo meio metro de terra, que são administrados por adultos ou crianças. O objetivo é que através da concessão de certa "responsabilidade" pela terra, seja desenvolvido o aumento da auto-estima do grupo e o fortalecimento de sua identidade com o ambiente. Nestes espaços, os participantes podem desenvolver ações como: a criação de áreas verdes, promovendo o cultivo sustentável do solo com produtos agrícolas, medicinais e ornamentais; a conservação da biodiversidade local; reflorestamento de áreas degradadas com espécies nativas; ações de cuidado com a água; manejo de resíduos sólidos (reciclagem e compostagem); ações de fomento à expressão artística e espiritual local; e etc.



A ANIA garante que qualquer criança, de qualquer classe social ou cultural, possa implantar uma Tierra de Ninõs nos mais variados ecossistemas. Já existem unidades espalhadas por zonas rurais, urbanas, em instituições educativas, em praças, bairros, comunidades e etc.


Atualmente, o Perú conta com 180 hectares de área outorgada, onde mais de 5.000 crianças são beneficiadas.  A meta do projeto é extender a iniciativa à toda América Latina, de maneira que seja promovida uma ascensão nos indicadores sociais das regiões beneficiadas. Países como o Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai, Escócia, India, Japão e Canadá já contam com a iniciativa.

Para saber mais sobre o "Tierra de Ninõs" e outros projetos promovidos pela ANIA, acesse: http://www.mundodeania.org/



Energia gerada a partir do lixo




Um empresário de Manaus, no Amazonas, está produzindo energia elétrica por meio de uma usina cuja matéria orgânica é encontrada no lixo e em estações de tratamento de resíduos. A fazenda, que pertence ao empresário Fernando Garcia, aproveita o resíduo gerado por uma escola do município. Ele também utiliza o esgoto produzido a partir do dejetos de cabritos e o lixo orgânico recolhido nas ruas.

O material é encaminhado para uma usina, que aproveita o calor do sol para transformar o material orgânico em energia elétrica. Segundo Garcia,  "o projeto, implantado no conceito de uma cidade, poderia reduzir em até 60% o volume do lixo destinado a um aterro sanitário".

Na usina, o calor transforma o material orgânico em metano e hidrogênio, que servem de combustível para um motor que gera energia elétrica limpa. O protótipo montado na zona rural de Manaus terá capacidade para gerar energia suficiente para iluminar uma vila com 60 casas, por exemplo. A energia é produzida a partir da transformação de 50 toneladas de resíduos por dia.

Este projeto prova a capacidade inventiva do ser humano. Havendo interesse, podemos reverter uma situação problemática e colocá-la a nosso favor. Divulguem esta notícia, quem sabe a ideia não se espalha pelo Brasil a fora.

Fonte: Portal Orgânica



terça-feira, 12 de outubro de 2010

EcoPoesia


Gary Snyder - Poesia e Ecologia

Porta-voz de importantes mudanças sociais, Gary Snyder (Califórnia, 1930) é um dos mais consistentes e instigantes poetas norte-americanos contemporâneos. Seu pensamento, expresso não só em seus poemas e ensaios, mas também em suas ações políticas e em seu exemplo pessoal, conduz à consciência ecológica, à busca 
da simplicidade original, à redescoberta do sentido de lugar, e sugere uma mudança das estruturas sociais já dilapidadas.
Voz apaixonada e sonora de poeta-ambientalista no caótico cenário do mundo pós-moderno, Snyder sustenta suas convicções em tradições ancestrais, no estudo formal da filosofia, no trabalho físico e na reverência pelo mundo natural. Por meio da prática bio-regionalista, xamânica e zen budista, ele nos apresenta um modo diferente de se perceber a natureza, a nossa própria mente e a nossa posição na sociedade. Celebrando a dignidade do trabalho e a linha de transmissão do conhecimento, seus escritos nos convidam à reflexão sobre nossa posição em relação à vida do planeta e à descoberta dos ciclos da vida do lugar onde nos encontramos - uma reflexão universal profunda, atenta e humilde.


A percepção da conexão e interdependência entre todas as coisas - seres, pedras, lixo, estrelas - é um dos fundamentos da obra de Gary Snyder. Obra complexa, pela profundidade dos temas que explora e pela diversidade de alusões que suscita, mas ao mesmo tempo transparente e acessível, pelo modo direto e efetivo com que consegue articular os princípios de sua composição literária.


O pensamento de Snyder revela que os valores para o século XXI são outros, inclusive muito diferentes daqueles cultivados pela geração Beat, que se valeu de uma liberdade e mobilidade que a economia do pós-guerra tornou possíveis. Hoje o cenário sofreu mudanças, e nele o sentido de comunidade e de lugar aparecem com uma nova dimensão - uma posição radical contra o consumismo absurdo e a destruição ambiental que caracterizam o mundo atual. Assim, qualquer modelo para uma cultura verdadeiramente saudável deve começar com uma identidade pessoal e o compromisso com o lugar - que não é, enfatizemos, apenas o modelo rural de lugar, mas de qualquer lugar que tenha significado para um indivíduo. Para o poeta a consciência da vida regional é tão poderosa/importante numa cidade quanto no campo. Sentido significa responsabilidade e interação. Aceitação de uma doação responsável ao lugar, com espírito de cooperação para participar na prática de desenvolvimento da família comum - para um re-habitar.


No Brasil, a editora Azougue lançou a primeira antologia em português de Snyder. "Re-habitar" inclui 50 poemas e 8 ensaios, e tem tradução de Luci Collin (que também pode ser encontrado na livraria Cultura).


Dois poemas:




CANÇÃO DO AMANHÃ


Os states lentamente  perderam seu mandato
da metade até o fim do século
nunca deram às montanhas e rios,
árvores e animais,   
um voto.  
todas as pessoas os repudiaram
mitos morrem;
até  continentes são impermanentes
Turtle Island* retornou 
meu amigo abriu fezes secas de coiote
retirou um dente de roedor
perfurou e pendurou
numa argola de ouro
na sua orelha.
Olhamos pro futuro com prazer
não precisamos de combustível fóssil
obtemos poder de nosso interior
crescemos fortes com menos.
Agarramos as ferramentas
e nos movemos no ritmo lado a lado 
lampejos de lucidez e de conhecimento
olho no olho                                                
sentados quietos como gatos ou pedras
tão completos e seguros
como o céu noturno azulado.
dóceis e inocentes como lobos 
tão enganosos como um príncipe.   
No trabalho e em nosso lugar:   
a serviço
do mundo selvagem
da vida
da morte
dos seios da Mãe!


* Turtle Island = ilha da tartaruga, nome usado pelos nativos americanos para denominar sua terra (atual EUA).


YASE - SETEMBRO
                                                           
A velha Sra. Kawabata
roça as altas e espigosas ervas daninhas —
mais em duas horas
do que eu consigo roçar num dia.

duma montanha
de capim e cardo
ela separou cinco hastes poeirentas
de flores do campo azuis e irregulares
e as colocou na minha cozinha
num jarro.


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Documentário "Lixo Extraordinário"




Assistimos na semana passada, pelo Festival de Cinema do Rio, o fabuloso documentário "Lixo Extraordinário", dirigido por Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley.  Filmado ao longo de três anos, o documentário acompanha a visita do artista plástico Vik Muniz ao lixão de Jardim Gramacho, localizado no município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro.

Vik, paulista radicado em Nova York, após um trabalho realizado em uma plantação de açúcar em St. Kitts (cidade localizada nas Ilhas São Cristóvão e Névis - Caribe), onde o objetivo era retratar os filhos dos trabalhadores, percebeu que suas fotografias não captavam o lado "social" dos contextos retratados. Durante sua vivência nos canaviais, o artista constatou que as crianças que ali habitam são felizes e repletas de uma essência pura e contagiante. No entanto, ao passarem para a fase adulta, suas expressões perdiam o encantamento. Por algum motivo imperceptível ao olhar estrangeiro, estas crianças se transformavam em adultos infelizes. Ao retornar ao seu estúdio, Vik pensou que o que faltava na vida daquelas pessoas era o  material fruto de seus trabalhos: o açúcar. Por isto, copiou os instantâneos das crianças e contornou, em cima de papel preto, as feições retratadas com diversos tipos de açúcar. Após esta etapa, as obras eram fotografadas e expostas na série Sugar Children (Crianças do Açúcar).
O trabalho realizado no Jardim Gramacho resulta do desejo do artista em mobilizar os envolvidos no contexto retratado. Em um primeiro momento, Vik capta o cotidiano de um grupo de catadores de materiais recicláveis, abordando-os sobre suas visões de mundo. Em uma segunda etapa,  alguns integrantes são convidados a contribuir, por um ano, com a composição das obras. A montagem foi realizada pelos próprios catadores e com objetos catados por eles próprios.


  

Chegada a conclusão da criação das obras, o grupo havia passado por um denso processo de conscientização. Todos ali envolvidos sentiram uma profunda transformação em suas realidades. Muitos não queriam retornar àquela condição subumana de vida. Alguns desejavam modificar suas condições de trabalho e reinvindicar o reconhecimento dos direitos trabalhistas dos catadores. Outros adquiriram a consciência de que, se unindo, são capazes de lutar por uma melhor qualidade de vida.

O documentário nos alerta para a situação de calamidade em que, em pleno século XXI, muitos seres humanos ainda vivem. Nossa consciência é expandida e entendemos que, toda a sociedade civil possui uma parcela de culpa por esta situação degradante. A inexistência e precariedade de políticas públicas que deveriam assistir à esta parcela da população nos lança uma pergunta: será que problemas como este só serão sanados a partir da ajuda fornecida por instituições privadas e/ou pessoas físicas? Nossos governantes parecem estar preocupados com questões mais imediatas, como o desenvolvimento econômico da nação. E por isto, situações como esta são esquecidas pelos que estão no poder. Populações marginalizadas estão à mercê de projetos sociais, que em muitas ocasiões, não chegam a inserir estes indivíduos na sociedade pela curta continuidade de suas ações.
 

 
O pequeno grupo, que por sorte encontrou a iniciativa de Vik, pôde experienciar, mesmo que por um curto período de tempo, uma nova forma de viver. Mas em determinado momento do documentário, somos indagados com a seguinte pergunta: E os demais seres humanos que vivem na mesma situação de miséria e insalubridade, como ficam? 

Deixamos aqui a nossa mensagem e um questão para refletir. Assista ao documentário, pense sobre o assunto, pesquise mais acerca do tema e discuta com os amigos e a família. Juntos podemos construir um mundo melhor! 


Ecofilosofia

 

 

Consumo consciente - Uma realidade em construção

Por Elias Fajardo*

O consumo está no centro da sociedade contemporânea. Para as ciências biológicas, todos os seres vivos consomem, pois se alimentam e usam recursos naturais com mais ou menos intensidade. Daí a ligação forte entre o ato de consumir e a preocupação com o meio ambiente. Já na área das ciências econômicas, consumir significa usar bens e serviços para satisfazer necessidades.

Para viver, o ser humano precisa, basicamente, de alimento, abrigo, afeto e alegria. Mas a vida em sociedade se tornou cada vez mais complexa, surgiram necessidades baseadas em desejos e fantasias nunca totalmente satisfeitos e que variam de uma pessoa para outra e também no tempo e no espaço.
Em seu livro “A sociedade em rede”, o cientista social espanhol Manuel Castells diz que as sociedades se organizam em relações de produção, experiência e poder. Produzir é se apropriar dos recursos naturais e transformá-los, obtendo algo para ser consumido e acumulando o excedente.
Experiência são os conhecimentos reunidos ao longo da história, o que inclui também modificações que provocamos em nós mesmos através da interação com o meio ambiente. Ao descobrir que pode plantar os alimentos em vez de apenas colhê-los em florestas e campos, o homem modifica seu modo de vida e valores.

Já o poder nasce da relação entre os homens, em que uns impõem sua vontade aos outros. Quem produz mais e quem detém mais experiência e conhecimento tende a dominar ou simbolicamente ou pela força.
Em “A sociedade de consumo”, o teórico francês Jean Baudrillard afirma que, no nosso mundo fragmentado, o principal terreno da atividade social deixa de ser a produção e passa a ser o consumo. Para Baudrillard, os produtos têm uma capacidade de significação que os consumidores transferem para dentro de si por intermédio da manipulação de diferentes códigos que são criados pelos profissionais de marketing.

Acessar em vez de ter
Nas sociedades ditas primitivas - das quais as tribos indígenas do Alto Xingu (MT) são um exemplo - as pessoas consomem o que conseguem na natureza. Não fabricam objetos para vender e a noção de trabalho é distinta: o primordial não é trabalhar para si, mas dedicar-se a uma atividade que possa suprir as necessidades de todos. Nessas sociedades, a comunidade se apropria do excedente em festas e rituais. Por isso se diz que nelas consumo e produção andam juntos. Isso não quer dizer que os indígenas resolvem de maneira melhor ou pior as grandes questões, mas apenas que o fazem de forma diferente.
Na nossa sociedade, produção e consumo são distintos e dissociados, segundo o economista austríaco Karl Polanyi, que correlaciona as economias nacionais à sociedade e à cultura nas quais elas se inserem. Assim, hoje existiriam duas categorias de pessoas: os vendedores, que inclui aqueles que produzem para vender, que comercializam, prestam serviços etc.; e os consumidores, que compram os produtos. As relações entre eles variam segundo a época e de acordo com a estrutura dos grupos sociais.

Polanyi morreu em 1964 e de lá para cá a discussão evoluiu bastante. Hoje, em vez de vendedores e consumidores, teríamos fornecedores e usuários. Não compramos mais um telefone, mas pagamos pelo direito de usá-lo, quase sempre a uma empresa. Também quase não se paga mais para consultar um médico, mas para usar um plano de saúde. O acesso a um bem ou serviço está se tornando mais importante do que a propriedade dele.

Nascimento da sociedade de consumo
Alguns momentos marcam a transformação da sociedade industrial capitalista em sociedade de consumo. O primeiro foi no final do Século 19, com o crescimento mercantil e técnico desencadeado pela Segunda Revolução Industrial. Em 1909, a empresa de Henry Ford criou a linha de montagem para fabricar automóveis e barateou o custo dos veículos. A produção em massa se expandiu e isso ajudou a consolidar o consumo em escala mais ampla.

O segundo momento foi a crise econômica mundial de 1929, que provocou desemprego em massa e também a criação de Leis que permitiram elevar salários. Expandiu-se a consciência de que o crescimento da demanda – consumidores com dinheiro para gastar – aquece a economia. Nos países capitalistas, a valorização da demanda interna se consolidou entre o final da década de 1940 e a de 1970.
A construção de estradas de ferro, a produção de armas e o desenvolvimento da indústria pesada foram fundamentais para construir a sociedade industrial. Mas na medida em que esta sociedade amadurece, o consumo pessoal passa a desempenhar um papel cada vez mais importante e parte substancial do orçamento doméstico começa a ser usada não só para adquirir uma geladeira ou televisão, mas para comprar bens e serviços como lazer, informação, educação, moda etc. Neste cenário, a revolução científica e tecnológica ocorrida logo após a Segunda Guerra Mundial favorece o desenvolvimento do consumo de massa em todos os níveis.

Para novas realidades, novas formulações e reflexões. E na área da sociologia e da economia se consolida o conceito de sociedade de consumo, usado hoje para definir um grupo social vivendo em estágio avançado de desenvolvimento industrial. Tal sociedade está ligada à economia de mercado, que busca equilibrar a oferta e a demanda por meio da livre circulação de capitais e produtos, sem intervenção direta do Estado. Mas o consumidor atual é bastante diferente daquele de 30 anos atrás. Ele adota um estilo de vida baseado em sua vontade de consumir e na capacidade econômica para sustentar seus hábitos.

Balanço das tendências
Os críticos da sociedade de consumo dizem que ela transforma o consumidor em um ser passivo diante da agressividade do marketing. Trabalhamos para comprar algo que não nos é de grande utilidade e depois temos de trabalhar mais ainda para pagar as dívidas. A sociedade contemporânea se divide então entre quem está angustiado por trabalhar muito e os que estão deprimidos por não conseguir emprego. Neste modelo, os países menos desenvolvidos se dedicam basicamente a satisfazer o superconsumo dos países desenvolvidos, sem atender às necessidades essenciais de suas próprias populações.

Atualmente, algumas dessas críticas estão sendo reavaliadas e surgem novos enfoques. O ato de consumir tende a deixar de ser visto como sinônimo de atitude alienada e passa por novas interpretações. Uma delas considera que exercitar o consumo faz parte da cidadania e pode ser até uma forma de protesto, pois nele está embutido um desafio. Escolher mercadorias significa orientar-se com base em um conjunto de valores; eleger um bem ou um objeto implica rejeitar outros cujas maneiras de produção o consumidor não aprova. Assim, dentro do próprio modelo da sociedade de consumo, desenvolvem-se formas colaborativas de discutir e atuar. Exemplo: consumidores organizados que compram coletivamente e entram em contato direto com pequenos produtores de alimentos orgânicos de agricultura familiar. No Rio, São Paulo e Paraná existem vários desses grupos. Um deles é a Associação de Consumidores de Produtos Orgânicos do Paraná (ACOPA), com cerca de 500 associados, que fez uma pesquisa sobre os consumidores orgânicos conscientes de Curitiba. Cerca de 66% são mulheres, 58% têm nível de instrução elevado e mais da metade frequenta semanalmente uma feira orgânica.

A necessidade de defender interesses comuns levou também à criação do Fórum Nacional de Entidades Civis de Defesa do Consumidor, que congrega mais de 30 instituições nos Estados brasileiros.
As reflexões sobre o tema não param de se desdobrar. Segundo a socióloga Fátima Portilho, as teorias que discutem o consumo podem ser divididas em três grupos: a primeira tem a ver com a tradição marxista e afirma que o consumidor não escolhe o que comprar, e sim é escolhido pela produção. Ou seja, ele consome produtos criados por outros que, ao produzi-los, têm como objetivo o lucro.
A segunda corrente considera o consumidor um ser soberano e racional, com grande capacidade de escolha. E a propaganda procura viabilizar aquilo que o consumidor deseja. Representada principalmente por autores ligados à administração e marketing, esta tendência defende a ideia de que, ao lançar um produto, é preciso pesquisar muito para saber o que o usuário quer. Assim, o consumidor estaria determinando as regras do jogo.

O terceiro grupo tem uma abordagem culturalista, encara o consumo como prática que produz e reproduz relações sociais entre as pessoas e sua cultura material. E como ele está no centro da economia contemporânea, o consumidor tende a desempenhar um papel ativo. Segundo Fátima Portilho, “o consumidor está ganhando poder, mas não sei que direção essa tendência vai seguir. Em alguns países, como Estados Unidos, seus direitos já são bastante respeitados. No Brasil, além do Código de Defesa do Consumidor, existe o Juizado Especial Civil, no qual podemos acionar uma empresa sem contratar advogados. A Justiça ainda é muito demorada. Viabilizar direitos dá muito trabalho, mas vale a pena, pois tem a ver com nosso futuro comum.”

A crise econômica mundial de 2008 engendrou a oportunidade de repensarmos nossos padrões de consumo. As pessoas começaram a adotar um novo modelo de compras: ao mesmo tempo em que preferem lojas com descontos, investem também em adquirir bens e serviços que possam lhes dar gratificação emocional. Nesse cenário, gratificação emocional significa ficar satisfeito com o que se pode obter e entender que é ótimo consumir sem se endividar. O pouco é bom, indica esta tendência que está crescendo no mundo. Ninguém está interessado em abrir mão do conforto e das coisas boas que a civilização propicia, mas apenas em ampliar nossos níveis de consciência sobre o ato de viver e de se colocar no mundo. Assim transformamos o ato de consumir em exercício de liberdade em todos os sentidos, principalmente de escolha.


*Elias Fajardo é autor do livro “Consumo consciente, comércio justo – conhecimento e cidadania como fatores econômicos”, do SENAC Nacional, nas livrarias ou através do SENAC Rio (comercial.editora@rj.senac.br) e Editora SENAC São Paulo (editora@sep.senac.br). O livro será lançado no Festival de Gastronomia e FestViola de Piacatuba (MG) em 28/7/2010 e na Usina Cultural de Nova Friburgo (RJ) em Novembro.

Fonte: Revista Eco 21